15 março 2010
Quando acordei, você descia as escadas do meu sonho. Era seguida por alguém, mas não me lembro muito bem hoje. Sei que naquela manhã de céu azul, um sábado ou domingo, coloquei a mesa do café-da-manhã no quintal e fui à padaria. Quando voltei, era dezembro, você tinha partido. O queijo inteiro, a manteiga sem marcas, as xícaras limpas e nenhum bilhete. Esperei até o café esfriar. Foi quando percebi que não havia retorno. Tentei dormir novamente e voltar para o sonho. Antes de cochilar, imaginei seus pés pisando as escadas, como se pudesse rebobinar, e tentei recriar os detalhes daquela noite em que estive ausente. Abraçava o sofá com mais força quando ouvia os sons que vinham do andar de cima, descendo os mesmos degraus que você pisaria logo mais. Provavelmente esse alguém você havia encontrado em alguma rua escura do Centro, ele teria dito algo como se quisesse e pudesse te consolar e o resto eu ouvi do andar de baixo, depois que deitei bêbado naquele sofá. De ressaca, ainda te espero nas manhãs de sol, nos sábados ou domingos de quase verão. Mas dessa vez queria que você chegasse trazendo os pães.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
"Ela vem pra mesa de manhã
Põe na taça um pouco de café
Ela pega o leite que eu fervi
E enche a taça tanto quanto der
Sem me falar
Sem me olhar
Põe açucar no leite com café
Mexe bem devagar com a colher
Bebe tudo com a calma que não tem
Não me olha
Não diz nada"
Beijo.
que ótimo,voltou a escrever aqui. adooro! =*
ainda bem que gente 'desocupada' escreve :)
isso me lembrou chico buarque :)
Postar um comentário