22 agosto 2007

quando, onírica e ingenuamente, pensei em algumas palavras que usaria para me definir, tratei logo de descrever a imagem que eu tinha de felicidade. isso foi há uns 4 anos, quando eu fiz meu perfil no orkut.

falei de uma casa no alto de um morro, onde embaixo passava um rio caudoloso. fazia frio. lá eu andei a cavalo, coisa rara. esse lugar existe e fica no interior de Minas, num sítio que visitei mais ou menos em 1999.

se chama Sem Peixe e lembro que o nome da cidade me marcou tanto quanto a beleza da roça, o contraste entre o verde do pasto e o marrom das águas de um afluente do Rio Doce que naquela parte não oferecia muita pesca. só fui entender o que aquele pedaço de chão significou pra mim uns anos mais tarde e agora me deparo com a notícia: "Sem Peixe tem o 1º homicídio em 10 anos".

o sítio deve continuar o mesmo, no mesmo lugar. o rio talvez esteja um pouco menos caudoloso, assoreado e seco. talvez não faça mais tanto frio e a cidade vai estar mudada quando eu voltar.

10 agosto 2007

acústicuzinho

se existe uma coisa realmente ruim neste mundo barulhento de meu deus isto se chama "Acústio MTV Sandy e Júnior". É pior que o valão da Leitão da Silva.

José Ramos Tinhorão disse na Folha: "Pessoas inteligentes não falam sobre Sandy e Júnior". Eu diria que pessoas minimamente criteriosas falam que o disco é realmente ruim e que o Marcelo Camelo deu o primeiro passo em falso depois do fim do Los Hermanos.

08 agosto 2007

palco

Alguém aí já viu "Um Forte Cheiro a Maçã"? É a peça mais interessante, levando em conta o meu escasso repertório de peças capixabas assistidas de 2002 pra cá.

São treze atores em palco, encenando dramas contemporâneos travestidos de metáfora bíblica, ou o contráio: a última ceia numa cidade portuguesa do século XXI. A opção pelo vocabulário e pelo sotaque portugueses é admirável, não compromete a compreensão dos diálogos e faz coro com autores como José Saramago, que não permite que seus livros sejam "traduzidos" ao "brasileiro".

Outro ponto legal é a revitalização do Teatro Edith Bulhões, espaço bacana também para festas, exibições de filmes e shows.

#1 Em comparação, "Uma Temporada no Inferno", de Wilson Coelho, que esteve em cartaz recentemente no Teatro Galpão, é uma encenação lamentável, exceto pelo ator principal, Maurício Fuziyama, que manda muito bem. Bizarramente, diretor e atores, depois de discurso, ainda convocam os espectadores a discutir a peça no final da apresentação. Constrangedor.

04 agosto 2007

jornalismo capixaba



prólogo: na quinta, um andarilho arremessa um moleque de cinco anos da Cinco Pontes até as águas da Baía de Vitória. Um engraxate que passava na hora pula e salva o garoto.

desenvolvimento: apresentados enredo e personagens, dá-se o drama. ontem a tribuna escondeu o "herói nacional" e a família em um hotel da praia de camburi até ele embarcar num vôo para são paulo, onde gravaria uma participação no domingo legal, do gugu.

epílogo: foto na capa da gazeta da família do menino arremessado. foto na capa da tribuna do engraxate abraçando criancinhas no aeroporto de vitória.