10 dezembro 2007

The Police

Do Caderno Dois de hoje.

The Police para quem precisa

Está tudo ali. A fusão de ska e rock, Sting com sua dancinha característica e seus agudos inconfundíveis, Andy Summers discreta e elegantemente explorando sua guitarra, e Stewart Copeland que 24 anos após a última turnê se dedica à bateria com a mesma energia e aquelas luvinhas de sempre. Todos os elementos que fizeram do The Police uma das bandas mais importantes da história da música.

E os 74 mil que estão no Maracanã na noite quente de sábado mal podem esperar. A abertura a cargo dos Paralamas do Sucesso, filhote brasileiro do Police, serve para lembrar que os anos 80 estão logo ali, no camarim.

No gramado, antes do show, um grupo de homens e mulheres com idade para ter visto a banda antes do fim prematuro, em 1984, gasta o tempo jogando Detetive, aquele de matar com uma piscadela sem ser descoberto pelos policiais. Dois amigos que se formaram juntos na escola do exército, um deles com o filho que nasceu bem depois do Police tocar pela primeira e única vez no Brasil, em 1982, se encontram e marcam de tomar um chopp pra lembrar os velhos tempos.

A ansiedade se torna euforia quando, em alto e bom som, Bob Marley entoa “Get Up, Stand Up”. É a deixa para o trio entrar no palco e soltar logo de cara “Message in a Bottle”, empolgante como sempre, no volume ideal para todo o estádio ouvir. Em seguida, com “Synchronicity II” cinco telões de alta definição sintonizam os três senhores de cabeleira amarela, outra marca registrada da banda.

Só antes de “Walking on the Moon”, Sting conversa com o público. “Que Saudade. Querem cantar comigo?”, ele diz, em português. E depois pede que o público mostre as mãos em “Voices Inside My Head”, canção pouco conhecida que ganhou, no show, um solo gigantesco de Andy Summers, contrariando a estética do “menos é mais” cuja bandeira a banda erguia mais de 24 anos antes.

“Don´t Stand so Close to Me” voltou a trazer o trio para junto do público, antes de uma seqüência de músicas com andamento lento e pouco apreço popular que só foi quebrada três músicas depois com “Every Little Thing She Does is Magic” e com “De do do do De da da da”. Mais adiante, “Invisible Sun” era ilustrada, nos telões, por fotografias de crianças vítimas da pobreza e das guerras.

Em “Walking on your footsteps”, Sting usa uma flauta indígena e Copeland sai da bateria para tocar percussão e xilofone. Mas o exotismo pára por aí: em uma seqüência final com seis hits executados com firmeza a multidão tem a certeza de que presenciou um capítulo marcante da história da música. “Roxanne” é aclamada enquanto o palco é tingido de vermelho. “Every Breath You Take” é cantada por todos. “Next You”, e sua força incrível, é o final perfeito para um concerto de rock’n’roll.

Um comentário:

lu. disse...

vc sabe, né, que eu adoro esse jeito menininho descolé de escrever os textos completos.
pena que o editor não gosta tanto assim.
:*