01 outubro 2006

metalinguagem

Em A insustentável leveza do ser, Milan Kundera escreve:

"(...)Como já disse, os personagens não nascem de um corpo materno como os seres vivos, mas de uma situação, uma frase, uma metáfora que contém em embrião uma possibilidade huamana fundamental que o autor imagina não ter sido ainda descoberta ou sobre a qual nada de essencial ainda foi dito.

Mas não se costuma dizer que o autor só pode falar de si mesmo?

Olhar o pátio, impotente, e não conseguir tomar uma decisão; ouvir o ruído obstinado do próprio ventre num momento de exaltação amorosa; trair e não saber parar na estrada tão bela das traições; erguer o punho no desfile da Grande Marcha; demonstrar humor diante dos microfones escondidos pela polícia: conheci e eu mesmo vivi todas essas situações; de nenhuma delas, no entanto, saiu o personagem que eu mesmo sou no meu curriculum vitae. Os personagens de meu romance são minhas próprias possibilidades que não foram realizadas. (...) O romace não é uma confissão do autor, mas uma exploração do que é a vida humana na armadilha que se tornou o mundo."

3 comentários:

Anônimo disse...

puta que pariu!!!
tem certas coisas q eu gostaria d eter escrito. taí uma.

Anônimo disse...

nossa, eu nem tenho link aqui.
vitor graize não gosta mais d emim.
to de mal.

sem bjo.
:P
bobo
chato
feio
bobo
ops, essa eu já disse.

Anônimo disse...

=)

senso comum, eu sei. mas esse livro é mesmo demais.