tateou o escuro buscando o anel frio. encontrou a superfície gelada e depois a mão quente, os dedos finos e a pele suave. pousou ali por uns instantes, o braço esticado até o banco do outro lado do corredor. a mão do anel correspondia semi-quieta, latejando.
Imaginou uma mão morena, as unhas sem tinta, o pulso magro. e foi subindo até crer que os cabelos eram lisos e não desciam mais que a altura dos ombros, que o nariz era fino e os lábios, quase imperceptíveis entre duas bochechas macias.
o ônibus seguiu chacoalhando por mais hora e meia. parou quando ele devia descer. foi embora sem precisar olhar para o rosto que identificava o corpo que tinha a mão que o acolheu.
Um comentário:
de volta ao poético?
;)
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