em cada antena instalada na copa dos edifícios pisca uma luz azulada. e todas as luzes da avenida apagam e acendem numa sincronia natalina, fazendo brotar no céu estrelas involuntárias. aquelas que eram encarregadas de aparecer toda noite se cansaram do esforço tremendo que é ter destaque no céu branco iluminado da metrópole acesa.
durante o dia as pessoas caminham impotentes e multiplicam seu tamanho centenas de vezes para alcançar a luz que ainda escapa entre as frestas das nuvens. quando olham para cima e se dão conta de que o relógio no topo do prédio mostra números do tamanho que nenhuma delas será em vida, adiantam o passo e descem até encontrar paredes circulares de concreto e aço. lá embaixo o ar que respiram já foi usado muitas vezes antes e alguém se esqueceu de trocá-lo.
viajam velozes em trajetos de cores imaginárias e nomes lúdicos. isto as consola. mas ainda que desçam no paraíso, quando emergirem serão menores que as horas. às pessoas só caberá aceitar o alçapão que armaram como demonstração de esperteza.
27 outubro 2005
04 outubro 2005
Manifesto Mimeógrafo
Este documento visa deflagrar uma onda de fotocopiagens revolucionária, em certo sentido promovendo o livre acesso a um meio de difusão de idéias e defendendo a quebra do domínio de corporações multinacionais sobre a difusão do pensamento.
- Pela democratização da palavra escrita
- Pela valorização do que objetiva ser público
- Pelo desenvolvimento e utilização do olfato como sentido fundamental à memória
- Contra o oligopólio das corporações da fotocópia
- Pela cópia indiscriminada e sem direitos reservados em qualquer espaço da cidade
- Pelo domínio da tecnologia livre e para uma maior interatividade ser-humano+máquina
Mimeografe!
Vitória, 04 de outubro de 2005
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