o artista. enquanto devora seu yakisoba ele regurgita frases ensaiadas, ouvidas antes pelos seus amigos em conversas de mesa de bar. se não tem amigos, o que é possível, ensaiou em voz alta debruçado na ilha de edição. a falação se encadeia tão bem, cada palavra em seu devido lugar, nem parece que discursa quem se irritou cinco minutos antes e foi servir seu prato deixando no ar a dúvida do seu retorno. enquanto fala insiste em não olhar quem pergunta, mira o movimento que passa pela porta de vidro do restaurante japonês.
do pedestal erguido para a campanha de sua auto-promoção, ele atribui muito valor ao que fala. sugere uma, duas, três pautas para serem fiéis à complexidade de suas colocações. completa a série revelando sua cruzada solitária contra os costumes limpos da classe dominante. porque artista de fato critica, radicaliza, incomoda e, sempre, é perseguido sem direito a defesa.
e o chilique, claro. a defesa natural quando estão se aproximando do cerne da questão. o desfecho óbvio, como num roteiro construído sem surpresas.
3 comentários:
uh la la!
Alguém viu essa cena??!!!
Eu queria ter visto! Ficou tão poetico o chilique proviciano do artista incompreendido...rs
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaain zentty!!
é a estética do chilique!!
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