em cada antena instalada na copa dos edifícios pisca uma luz azulada. e todas as luzes da avenida apagam e acendem numa sincronia natalina, fazendo brotar no céu estrelas involuntárias. aquelas que eram encarregadas de aparecer toda noite se cansaram do esforço tremendo que é ter destaque no céu branco iluminado da metrópole acesa.
durante o dia as pessoas caminham impotentes e multiplicam seu tamanho centenas de vezes para alcançar a luz que ainda escapa entre as frestas das nuvens. quando olham para cima e se dão conta de que o relógio no topo do prédio mostra números do tamanho que nenhuma delas será em vida, adiantam o passo e descem até encontrar paredes circulares de concreto e aço. lá embaixo o ar que respiram já foi usado muitas vezes antes e alguém se esqueceu de trocá-lo.
viajam velozes em trajetos de cores imaginárias e nomes lúdicos. isto as consola. mas ainda que desçam no paraíso, quando emergirem serão menores que as horas. às pessoas só caberá aceitar o alçapão que armaram como demonstração de esperteza.
3 comentários:
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estaremos na augusta então. na cidade que custa a adormecer.
:*
Parabéns!
cada vez mais me surpreendo com os textos que vc posta!
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