06 agosto 2005

um muro

ele age como se nunca fosse compreendido. e se comporta como único. sabe que nunca irá se identificar com o outro de maneira plena. e vai embora. bebendo cerveja nos bares. fotografando ambientes claros escuros. escutando músicas que foram feitas pra ele.

não esbarra em ninguém na rua. não fala bom dia com os vizinhos. acorda antes e dorme depois. tudo que foge ao seu domínio é culpa deles. sabe fazer o certo e nunca erra. adora romances e odeia histórias narradas por pessoas antigas.

abraça, beija, fala, escuta. diz que gosta, mas nunca ama. sente falta quando perde. sente falta quando tem. sempre tem mas nunca é suficiente. gosta do frio que congela seus movimentos (sempre errados). sente falta do álcool que libera seus movimentos (sempre contidos).

e agora escreve. pra ler. escreve pra ter.

2 comentários:

lu. disse...

auto-biografico?
:*

Anônimo disse...

é você, gato. não há discussões.
:)
prepotente eu, não? mas, mesmo bêbado, suas "meias palavras" são ótimas. e acho que elas são bem inteiras, na verdade. é só querer enxergar.

(sente falta quando tem? isso é foda!)