26 junho 2008

anotaí na agenda

Terça (01): Coloco música na festa Soul Out da Pastelaria (Praia do Canto), junto com os DJs Bolzan e Pedrada. Rola soul, r&b, funk e afrobeat a partir das 20h até as 2h.
Sexta (04): Fê Paschoal e os Expurgadores, já falei deles lá embaixo, fazem show na noite do Mercatto Donna Lôra (Praia do Canto). Também rola artes plásticas e vídeo. Sensacional!

16 junho 2008

Ontem, em Ouro Preto, Rodrigo de Oliveira escrevia dedicatórias nas primeiras páginas do livro de artigos sobre o filme Serras da Desordem, sentadinho ao lado do diretor Andrea Tonacci, em uma tarde de lançamento. Exatos 6 anos após o primeiro copo (de plástico) meio cheio (ou meio vazio) de vinho que brindamos, no quinto dia de Ufes, em uma calourada inesquecível (tive noção dessa data redonda justamente agora e quase choro em uma videolocadora com 5 computadores e internet perto da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar). Naquele tempo, 1) ele andava com o Bloco do Eu Sozinho e fitas VHS cheias de Woody Allen debaixo do braço; 2) ganhou nota 10, acompanhada de um "já é um crítico" escrito pela professora no pé da página, em uma resenha de "Amnésia" para a disciplina de Língua Portuguesa; 3) ainda não mantinha a famosa Casa de Loucos; e 4) participava de um projeto frustrado de um site (Mösha) comigo, Rodrigo Melo e José Azevedo, onde assinava seus textos com tiradinhas divertidas do tipo "é estudante de jornalismo e adora os filmes da sessão da tarde". O que ele faz agora (andar por aí acompanhado de críticos renomados, historiadores do cinema brasileiro e diretores promissores) eu não preciso contar, mas de vez em quando separa um tempo para os amigos, entre um longa e outro, em festivais de cinema pelo país, para um café corrido ou uma cerveja com samba.

10 junho 2008

chegou a hora de encarar o que eu escrevia com 17 anos de idade. uma agenda de couro marrom onde anotei todos os meus gastos (das passagens de ônibus às cervejas, ainda parcas) em 2000. nessa época eu morava em belo horizonte, fazia terceiro ano à tarde e tinha o bom costume de andar do colégio até a casa de um tio, onde dormia rodeado por literatura e livros de direito (dali tirei e li uma daquelas viagens do carlos castañeda e dois de três livros do jorge amado sobre os comunistas na era vargas). no caminho que ia da timbiras, no funcionários, até a desembargador alfredo de albuquerque, no santo antônio, eu subia a joão pinheiro, com seus casarões antigos e a lanchonete xodó, até a praça da liberdade. volta e meia eu desviava meu curso e ia parar no cine belas artes, pegava uma sessão gratuita de curtas às 18h ou assistia a algum filme sozinho, lembro muito bem de Estorvo, do Ruy Guerra, e de como saí chapado (era o início de uma "educação cinematográfica"). quando não tinha dinheiro ou saco para ir ao cinema, seguia em frente aproveitando o movimento das pessoas que andavam na praça no fim de tarde fresco da cidade, sempre olhando para o lado esquerdo, onde via as curvas do edifício niemeyer. naquele ano, o itamar franco, então governador, decidiu enfrentar fernando henrique cardoso com a artilharia pesada da polícia militar de minas gerais. do alto do palácio da liberdade, atiradores de elite miravam não sei o quê à frente, um tanque ficava estacionado próximo ao muro lateral e uma barraca de lona armada no jardim servia como abrigo às discussões sobre o rumo da batalha (ou eu acabei de inventar todas essas imagens?). acho que não! depois de cruzar um pedaço da savassi, passava em frente ao café com letras (não tinha nem um tostão para gastar ali) e às vezes esticava até o unibanco savassi, salinha miúda onde vi, com minha mãe, em 1996 muito provavelmente, "Segredos e Mentiras", do Mike Leigh. o napster mal tinha começado e na mesma rua havia uma locadora de cds. uma vez loquei o "The battle of Los Angeles", do Rage Against the Machine, e o "There is nothing left to lose", do Foo Fighters. sempre gostei mais do rage e entre os 17 e os 18 minha preferência era o que eu rotulava como rock político. nessa etiqueta eu colocava dead fish, rage, chico science e nação zumbi, o rappa e... que merda de rótulo eu fui inventar? a avenida do contorno eu atravessava em frente a um sex shop e seguia um quarteirão na leopoldina, rua famosa pela vaquinha que já mudou de roupa várias vezes. virava à direita e, pronto, tava em casa. se eu quisesse outra experiência urbana, eu seguia pela rua da bahia direto, um quarteirão acima da joão pinheiro, e passava por mil bares e cafés que se enchiam de gente, até chegar à contorno, mas esse percurso eu raramete fazia. isso tudo não importa a muita gente, importa dizer que eu escrevia mal. na agenda restam três textos de tamanho médio e alguns comentários. esses reativaram a memória que já ia se apagando: "Show no Expresso da Meia-Noite. Putrifocinctor (punk), Slush e Mel Azedo (banda do Tingles)... doido demais". Expresso era um bar fechado, com sinuca no primeiro cômodo e um palco nos fundos e Tingles, um amigo de amigos. sua banda tinha dois hits absolutos: "Beco sem saída" e "Vovó matou o neném". mais do que títulos para as músicas, essas eram as frases repetidas à exaustão na velocidade dos refrões grudentos e inesquecíveis ("eu entrei num beco sem saída, eu entrei num beco sem saída"). isso foi em 20 de maio. oito dias depois fui a Lagoa Santa explorar umas cavernas. estalactites, gmites, desenhos rupestres, essas coisas. depois escrevi: "curso de espeleologia: do caralho. Laura, espeleóloga...". nem precisa dizer, era uma estudante linda de geografia da ufmg. na agenda também estavam tíquetes de cinema (apenas 3, de um shopping. o belas artes, como o metrópolis, não deixava recordações em papel), ingressos de shows e festivais de colégio (naquele ano fui a 4, sensacionais. assisti diesel, hoje udora, em 2, somba em outro e mil outras bandinhas divertidas). foi minha primeira e única tentativa de um diário que nem era tão diário assim. abandonei as agendas para fins de recordação e daqui a alguns anos, quando tiver que jogar alguma coisa fora para limpar espaço na memória, terei apenas que apagar alguns posts desse blog.

04 junho 2008

"As mulheres são putas assassinas, Max, são macacos enregelados de frio que contemplam de uma árvore doente o horizonte, são princesas que procuram você na escuridão, chorando, indagando as palavras que nunca poderão dizer"

Trecho do conto "Putas Assassinas", que dá nome ao livro de Roberto Bolaño

01 junho 2008

"Let's Dance", do David Bowie. Essa foi a música que mais tocou nas rádios norte-americanas, segundo a Billboard, no dia 18 de maio de 1983.

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